Num Blog, de visão masculina, aparece-nos este texto...
"A maior parte dos homens tem imenso medo do "next move", o momento de deixar a casinha da mamã e arriscar uma vida a dois com a namorada.
A casinha da mamã tem imensas qualidades.
Para começar, é à borla - a casa, a comida, as compras, o condomínio, as contas da TV Cabo, água, luz e gás fica tudo por conta dos papás.
Depois, é, verdadeiramente, o nosso espaço - o quarto onde crescemos, onde temos todas as nossas coisas, onde conhecemos cada gaveta, cada segredo, cada história ali passada. Voltar, todos os dias, àquele quarto é regressar à paz depois da guerra, a um abraço quente depois de uma noite fria.
Mas isso justifica que fiquemos até depois dos 30 anos no quartinho da casinha da mamã, quando já trabalhamos, ganhamos o nosso dinheiro e temos tudo para começar uma vida independente? Não, não justifica.
Nunca tive um quartinho na casinha da mamã. Ou melhor, tive, mas nunca vivi o verdadeiro conceito da coisa. Para mim, a liberdade sempre foi uma meta, a independência financeira um objectivo de curto prazo.
Por isso, aos 20 anos fiz-me à vida e troquei a vida familiar por uma aventura com três gajos que não conhecia de lado nenhum num apartamento no centro de Lisboa. Os três gajos que não conhecia de lado nenhum são, hoje, um colega de trabalho - estamos, diariamente, a 3 metros um do outro -, um dos melhores amigos e um companheiro de férias de esqui.
Ao longo de um ano, a vida a quatro naquele T2 ranhoso colado ao Jardim Constantino deu-me para crescer, para perceber o que é ter de gerir dinheiro, pagar contas, poupar, mas também para saber o que é lavar uma casa de banho, manter uma casa arrumada e, sobretudo, partilhar. E é isso o mais importante: partilhar.
Sinto que a maior parte dos homens tem problemas em partilhar. Fecha-se num mundo muito seu e tem uma perspectiva egoísta da vida, do imediato. Pensa no longo prazo mas nunca no presente.
E a vida é o presente. É, sobretudo, o presente.
Por isso, o primeiro passo para que se possa pensar numa vida a dois é, precisamente, começar a pensar a dois.
Um homem que não pense a dois nunca aceitará trocar o quartinho por uma casa com a namorada.
O "next move" pode ser um risco. Pode ser um fiasco. Pode ser o embate com uma realidade desconhecida e que levará, até, ao fim de uma relação. Mas, para mim, o "next move" é, sobretudo, uma lição de maturidade e aprendizagem.
Não deve ser encarado como um "vamos lá ver se isto funciona numa vida em comum", mas sim "vamos lá aprender a ser felizes vivendo 24 horas por dia juntos".
Se assim for, o "next move" é apenas o primeiro "move" para uma vida feliz."