janeiro 14, 2009
janeiro 09, 2009
2009
Neste inicio de ano, após os festejos, os bolos, o empaturrar das comidas e afins, sobrevem a reflexão...
Não imposta. Sorrateira, que se prende nos meandros do pensamento e que te faz rever o que se passou.
O que sonhaste e o que conseguiste. O que ficaste feliz por não conseguir...
Existe sempre a sensação que afinal o ano passou a correr. Mais uma vez. Não estivémos com a nossa família o tempo suficiente, que não ligámos aquele amigo de quem nos lembramos todos os dias sem excepção, mas também sem excepção, o falar para pôr a conversa em dia é sempre adiado para um amanhã que não chegou e com isto decorreram 365 dias... Ou 366.
O filme que não vi. A viagem que, mais uma vez, não fiz. O cafézinho ao fim da tarde, na esplanada, que não se proporcionou. No fim, o que sobrou de um ano passado entre trabalho, trânsito, limpezas, compras de supermercado, longe de tudo e de todos?
Houve os novos amigos que se fizeram. Os conhecidos que passaram a amigos. Os amigos que se desligaram e passaram a conhecidos.
Os que foram agradáveis surpresas. E os que não foram.
Os que se mantiveram iguais a si, todos os dias, em cada dia, por mais anos que passem.
E a rotina que amedronta mas, de uma forma ou de outra, todos nós lá caímos. E o que importa não é estarmos na rotina, mas sim as rotinas que criámos e se estas nos espelham como individuos e como filosofia de vida.
O ser mais. O conseguir mais. O ganhar mais. O trabalhar mais. O ter um carro melhor e a casa maior. O telemóvel de 500 euros, porque se fôr de 400 já é chunga. Já não é top of the pops... É isto que desejo para mim? Mas assim, mesmo mesmo desejar e não o querer ter porque a sociedade blá blá blá................
Chego sempre à mesma conclusão: não sei.
Se calhar, é mesmo isso que me impele para a frente, todos os dias. O não saber o que quero, mas saber exactamente, ao pormenor, o que não quero!
O mais divertido das reflexões é ainda as resoluções de ano novo. Todos os anos nos prometemos a nós próprios que este sim vai ser o ano em que iremos ao ginásio, certinho, como deve ser, todas as semanas. Sim, vamos só comer peixe cozido e legumes e só beber água! Vamos todos abrir uma conta poupança para as férias e não usar o cartão de crédito. Todos vamos de certeza ao médico, fazer os check-ups como deve ser!
E depois? Depois o tempo arrasta-se languidamente, desliza como por entre o veludo carmesim e esvai-se como um último fôlego... E passou-se.
Depois de tanto reflectir, acabei por me maravilhar com as coisas pequenas e só tenho uma vontade este ano: sorrir e rir, tanto quanto me fôr possível. Rir com os meus pais, rir com os meus amigos. Rir sozinha! Sorrir e rir enternecida com o rebento que na nossa casa entrou! Vê-los todos crescer e escolher e arrastar nas nossas rotinas e rituais e sorrir.
Porque fico mais feliz. Porque fico mais leve. Porque me faz enfrentar todo o resto da rotina. Porque sei o que não quero. E eu não quero perder a noção dos meus e da importância que eles me fazem e do sentido de vida que me dão.
Assim, papá, mamã, avó, manoca, cunhado, sobrinho, namorado, amigos, conhecidos e demais estranhos que se tornem conhecidos, este ano a minha resolução de ano novo sois vós!!!